terça-feira, 26 de julho de 2011

Behind The Courtain

Estive pensando no passado. Estive pensando em um dia.

Acordei as 6h, aos berros da minha madrinha. Entrei automaticamente em um frenesi inédito que seria minha realidade durante muito tempo. A água gelada pela manhã para mim era uma novidade bastante desagradável.

Catarina estava me passando o seu ritmo insano matinal como ela faz com todo mundo. Minha irmã parecia ser imune a pressa da minha tia. Toda essa pressa me deixou bem incomodado.

Entramos no carro. Partimos para casa forte. Paramos numa rua comum, e entramos em um portão perfeitamente comum. Lá dentro, tudo parecia muito simples. Simples demais.

Lembro de entrar na sala e todos me olharem com um olhar engraçado. Ser aluno novo tem suas vantagens e desvantagens. Lembro de umas caras sorrindo e perguntando meu nome. Lembro de ser uma criança muito tímida. Lembro de estar muito irritado, frustrado, triste.

Eu precisava achar uma mesa. A única mesa disponível tinha duas meninas. Acho que uma delas me convidou pra sentar. As duas se mostraram incrivelmente educadas e amigáveis, porém, eu as repeli até o último momento. Eu estava inseguro, e quando eu estou inseguro, eu faço de tudo pra voltar a me sentir seguro.

Elas eram a personificação da minha indiferença com aquilo tudo. Elas amavam a situação delas, eram amigas inseparáveis. Eram residentes daquele bairro e apaixonadas por aquela escola. Ambas tinham irmãos em salas mais avançadas. Ambas representavam tudo aquilo que me dava raiva.

Essas duas meninas acabaram sendo o bode-expiatório da minha raiva, da minha indiferença. Elas se tornaram a prova viva que eu não sirvo pra ser sociável. Isso se tornou um fantasma que vem me perseguindo desde muito tempo.

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