sábado, 11 de fevereiro de 2012

O vendedor de máscaras

Havia um homem, uma vez
Um vendedor de máscaras
Um homem que carregava em suas costas, milhares de máscaras diferentes
Máscaras coloridas, máscaras felizes
Máscaras seguras, máscaras bonitas
Máscaras tristes, máscaras dramáticas
E no topo, a máscara mais linda
A máscara que um dia, seria minha máscara.

Todos podiam usa-las
Todos podiam compra-las
Todos podiam amar elas, à ponto de preferir elas ao invés de seus rostos
E isso se tornava cada vez mais frequente.

E eu, que usei tantas máscaras
E eu, que já gastei toda minha alma em troca dessas máscaras
Eu, que já sou cliente número um daquele homem, me pergunto
Será que ainda tenho rosto?
Será que ainda há alguém com rosto?
Ou será que somos todos mascarados, falsos, robóticos
Esperando uma nova máscara nos seduzir no meio de tantas,
Tantas máscaras.

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